As leucemias agudas são o tipo de câncer infantil mais comum, possuindo um período de latência curto com história de surgimento dos sintomas em poucas semanas. Em pacientes com idade inferior a 15 anos, correspondem a 25% dos diagnósticos em oncologia.1,2
As manifestações clínicas da leucemia aguda são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas (blastos) da medula óssea. Elas podem se infiltrar em diversos tipos de tecidos como: fígado, baço, amígdalas, linfonodos, pele, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros.
Em crianças e adolescentes, o câncer apresenta sintomas de muitas outras doenças infantis benignas, atrasando o diagnóstico. Essa etapa da vida é caracterizada pelo crescimento e desenvolvimento, no qual as células dividem-se rapidamente, com mesmo para as células leucêmicas, porém com melhor resposta ao tratamento. Detecção precoce é imprescindível para o sucesso do tratamento e a obtenção da cura da doença. Os profissionais devem ficar atentos para aquelas crianças e adolescentes que procuram com frequência por atendimento médico com as mesmas queixas.
Para garantir mais efetividade e agilidade para o tratamento, é fundamental que os pediatras estejam capacitados para contextualizar os achados clínicos com a idade, sexo, sintomas, tempo de evolução, etc. Na busca do diagnóstico precoce, é preciso valorizar as informações dos cuidadores (pais), partindo do pressuposto que são os melhores observadores da situação de saúde do paciente.
Por isso, veja o guia abaixo para o diagnóstico precoce da doença.
O que observar na história clínica e no exame físico do paciente?
Fiquem alertas quando houver:
Questionem os antecedentes de câncer na família, em especial os parentes de primeiro e segundo graus, com idade inferior a 45 anos, para o risco de Síndrome de Li Fraumeni. Confirmem também se a criança já foi submetida a tratamentos prévios com quimioterapia e/ou radioterapia. Há várias doenças genéticas associadas ao risco de leucemias agudas, tais como: Síndrome de Down, neurofibromatose tipo 1 (NF1), Síndrome de Bloom, anemia de Fanconi e ataxia-telangiectasia.²
Se houver uma suspeita de leucemia aguda, que exames de triagem — laboratoriais e de imagem — devem ser solicitados?
Os exames iniciais mais importantes são:
Com o resultado do hemograma em mãos, se observadas alterações em duas ou mais séries (anemia e/ou leucopenia/leucocitose e/ou plaquetopenia), o paciente deve ser encaminhado para um serviço especializado em onco-hematologia pediátrica. Esse atendimento passa a ser em caráter de urgência, para fazer exames diagnósticos, como o mielograma, e outros complementares no aspirado de medula óssea.
Também recomenda-se a ultrassonografia de abdome para avaliação de infiltração renal e/ou adenomegalias profundas. Análise da função renal e provas de atividade inflamatória como DHL são complementares. Nos pacientes com contagem de leucócitos superior a 100.000/mm³, é indicada a realização de fundo de olho, pela oftalmologista para avaliação da retina.
O Hospital do GRAACC oferece os métodos diagnósticos e terapêuticos necessários para o alcance de índices de cura comparáveis aos grandes centros de oncologia infantojuvenil.
Conte com nossos especialistas para cuidar do seu paciente.
Confira também a Cartilha “Leucemias agudas na infância: como identificar e o que fazer?”
Revisão médica:
Dra. Ana Virgínia Lopes de Sousa (CRM-SP: 131745), oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC
Referências:
Nova campanha publicitária reforça que a cura do câncer infantil é possível
Infectologista do Hospital do GRAACC orienta como se preparar para este momento