Dentre os tumores malignos que ocorrem na infância, o neuroblastoma é um dos mais frequentes. Esse tumor sólido se origina das células primitivas da crista neural, que são precursoras do sistema nervososimpático. É um tumor extra-craniano que acomete crianças com idade média de 19 meses, sendo que 89% dos pacientes tem idade inferior a 5 anos.
O neuroblastoma tem comportamento biológico heterogêneo que compreende desde regressão espontânea até casos disseminados e fatais.
Atualmente, os estudos da genética e da biologia molecular auxiliam na divisão das crianças com neuroblastoma em baixo, intermediário e alto risco.
A etiologia do tumor é desconhecida e a associação com exposição pré natal ao álcool, à hidantoína e ao fenobarbatial não foi confirmada. A incidência de neuroblastoma parece estar aumentada em portadores de síndrome de Beckwith-Wiedermann, doença de von Recklinghausen, neurofibromatose e doença de Hirschsprung.
O neuroblastoma engloba uma ampla nuança de tumores cujo comportamento biológico varia desde regressão espontânea, diferenciação para formas benignas até casos agressivos e fatais. Crianças com idade igual ou inferior a 12 meses, que apresentam um tumor primário localizado mesmo com metástases para medula óssea, fígado e pele (estádio 4S), têm prognóstico extremamente favorável com regressão do tumor espontânea ou após poucos ciclos de quimioterapia. Pacientes com idades superiores a 12 meses e doença disseminada apresentam prognóstico reservado.