No calor de Belém do Pará, entre brincadeiras e risadas, havia um menino que não parava. O pequeno Leandro era uma explosão de energia. Começava os dias às seis da manhã e só descansava à noite, exausto, pedindo para assistir mais um desenho animado até o sono chegar. Era espoleta, amoroso e apaixonado por animais – especialmente gatos. Seu sonho era resgatar todos os bichanos das ruas para cuidar deles. Quem o conhecia sabia que ele tinha um coração maior que seu corpo pequeno, mas também uma personalidade forte, decidida, que já anunciava o homem que ele viria a se tornar.
Em 2014, aos cinco anos, sua vitalidade deu lugar a algo diferente. O menino começou a apresentar uma tosse insistente, que nenhum remédio parecia curar. Denise, sua mãe, bióloga e acostumada a observar detalhes, sentiu que havia algo com o filho. Entre idas e vindas ao hospital, ela insistiu para que fizessem exames mais detalhados. “Eu não saio daqui sem um raio-X”, disse à médica do pronto socorro que, dias depois, admitiria que a determinação da mãe salvou a vida do filho.
O resultado dos exames revelou um tumor no mediastino, uma descoberta que tirou o chão debaixo dos pés da família. Mauro, o pai, oficial da Marinha Mercante, estava embarcado em alto-mar quando recebeu a notícia. Longe de casa, foi surpreendido pela humanidade de seu comandante, que imediatamente o liberou para retornar à terra firme. “Vá cuidar do seu filho”, ele disse.
Denise e Mauro tomaram uma decisão crucial: levar o filho ao GRAACC, em São Paulo. Sem conhecer ninguém, com apenas a coragem e a fé como companhia, eles deixaram Belém rumo a um futuro incerto. No hospital, foram recebidos por uma equipe médica que unia ciência, humanização e espiritualidade. “Aqui é um pedaço de Deus na Terra”, afirmam.
O tratamento durou nove meses. Foi um período de batalhas silenciosas e momentos de esperança. Leandro enfrentou as sessões de quimioterapia com resiliência e, entre uma medicação e outra, corria pela brinquedoteca como se a doença não estivesse ali. Em casa, entre os pais, ele era mais do que um paciente – era um exemplo de força. Em uma madrugada, flagrou Mauro sentado no chão, cabisbaixo. “Pai, está difícil, né?”, disse ele, com a sabedoria de quem parece carregar mais vidas do que os poucos anos que tinha. “Não desiste de mim.” Essas palavras transformaram Mauro, que passou de homem abatido a pai leão, decidido a enfrentar qualquer obstáculo pelo filho.
Hoje, aos 15 anos, curado, o jovem vive em Belém com os pais. Ele é um adolescente cheio de vida, com o mesmo temperamento firme e o coração generoso de antes. Sua história é mais do que uma vitória contra o câncer; é um testemunho do poder do amor, da crença e da persistência. No GRAACC, ele encontrou mais do que tratamento: encontrou uma segunda chance, e sua família, um lar temporário repleto de cuidado e solidariedade.
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