Procedimento intra-arterial é um dos utilizados para o tratamento do retinoblastoma, que consiste em injetar o medicamento diretamente na artéria que irriga a região ocular

Um dos grandes avanços no combate ao retinoblastoma (tipo raro de câncer que acomete os olhos na infância) é a quimioterapia intra-arterial (QTIA). O GRAACC é pioneiro na aplicação desta técnica no país. A QTIA, em conjunto com a quimioterapia sistêmica e as demais técnicas de tratamento local, reduz, em média, de 60% para 20% as necessidades de enucleação, que é a retirada do olho.

A estrutura completa e a experiência em oncologia pediátrica do GRAACC permitem que os casos de retinoblastoma sejam diagnosticados e tratados no próprio hospital, o qual contempla todos os exames e processos necessários, de forma individualizada, até a alta do paciente.

“Como todo câncer, quanto mais cedo for descoberto, maiores serão as chances de cura. Com estadiamento inicial e o tratamento intra-arterial, baixamos o índice de cirurgias oculares para 5%, que justamente são os casos em que o tumor se apresenta mais avançado. Em nosso serviço já são dez anos e mais de mil procedimentos realizados”, explica o Dr. José Roberto Fonseca, médico neurointervencionista do GRAACC.

O procedimento tem certa semelhança com o cateterismo cardíaco. Normalmente, em um acesso na virilha, um microcateter é introduzido e, por meio de micronavegação, ele é posicionado na artéria oftálmica do olho onde será injetada a medicação quimioterápica.

A média atual de procedimentos realizados no GRAACC é de 20 por mês. “Por ser injetado direto no leito vascular onde está contido o tumor, a medicação atinge concentração 80 vezes maior que a quimioterapia sistêmica. Geralmente são suficientes de 3 a 5 sessões para a remissão do câncer”, ressalta Dr. José Roberto.

Retinoblastoma

Apesar de raro, é o tipo mais comum de câncer no olho, em crianças, independente de sexo, raça ou etnia. É formado na retina e pode aparecer em duas fases: em bebês e crianças até 2 anos ou em crianças com 5 a 6 anos. Raramente ocorrerá após essa idade. Cerca de 3 em cada 4 crianças com retinoblastoma têm um tumor em apenas um olho.

De acordo com dados do INCA, o retinoblastoma afeta uma a cada 20 mil crianças. Pode ser unilateral, quando está presente em apenas um olho, condição que ocorre em 70% dos casos. Os restantes são bilaterais. Pode ser hereditário, em cerca de 10% dos casos, ou não hereditário nos restantes.

Principais sinais

É sempre fundamental ressaltar que existem algumas condições clínicas que, apesar de apresentarem sintomas parecidos, não configuram casos de câncer. Porém, é importante ficar atento aos casos de:

Reflexo branco na pupila: (popularmente conhecido como reflexo do olho de gato). Pode ser percebido quando o olho da criança aparece com um brilho branco diferente em fotos tiradas com flash e, também, por meio de um exame oftalmológico. É considerado um dos principais sinais de retinoblastoma.

Estrabismo: desvio ocular que pode acontecer por conta da fraqueza do músculo que controla o movimento do olho, sendo o retinoblastoma uma das raras causas.

Além desses dois sinais fique atento quanto a problemas de visão, dores nos olhos, vermelhidão da parte branca do olho, sangramento na parte anterior do olho e alterações de coloração da íris.


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