O retinoblastoma é um tipo raro de câncer ocular infantil, que registra cerca de 250 novos casos diagnosticados por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Se detectado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura passam de 90%.
O diagnóstico precoce é imprescindível em qualquer tipo de câncer, pois quanto mais cedo for descoberto maiores são as chances de cura. No caso do retinoblastoma, em mais de 60% dos casos, o tumor pode causar leucocoria, que é um reflexo anormal da pupila quando exposta à luz conhecido como ‘reflexo do olho de gato’. É perceptível em fotos com flash por meio de um brilho branco diferente no olho da criança.
Possuímos um dos mais modernos centros de tratamento do retinoblastoma, comparado aos principais serviços existentes em países da Europa e nos Estados Unidos. Experiência de 10 anos na aplicação da quimioterapia intra-arterial, procedimento minimamente invasivo que injeta a medicação diretamente na artéria oftálmica agindo direto no foco da doença, com mais de 1500 quimio-cirurgias realizadas.
Esse procedimento, juntamente com a quimioterapia sistêmica, quimioterapia intraocular e as demais técnicas de tratamento local, reduz, em média, para 20% as necessidades de enucleação, que é a remoção do globo ocular.
Recentemente o lançamos a cartilha digital “RETINOBLASTOMA Saiba como reconhecer os sinais e sintomas do tumor ocular mais comum na primeira infância” (https://bit.ly/retinoblastoma-graacc).
PRINCIPAIS SINTOMAS
Os cuidados com os olhos, desde os primeiros dias de vida da criança, são fundamentais. O exame de fundo de olho é o mais indicado na rotina de consultas com o pediatra para diagnosticar em estágio inicial qualquer alteração ocular nos bebês. Independente do surgimento ou não de sintomas aparentes é muito importante também que pais e responsáveis levem a criança para avaliação de um oftalmologista no primeiro ano de vida.
Alguns sintomas podem revelar alterações oculares que devem ser investigadas. Os mais comuns são:
Reflexo branco na pupila: (reflexo do olho de gato). Pode ser percebido quando o olho da criança aparece com um brilho branco diferente em fotos tiradas com flash e, também, por meio de um exame oftalmológico. É considerado um dos principais sinais de retinoblastoma.
Estrabismo: desvio ocular que pode acontecer por conta da fraqueza do músculo que controla o movimento do olho, sendo o retinoblastoma uma das raras causas.
Proptose: deslocamento anterior do olho na cavidade da órbita.
Outros sinais também merecem atenção como, por exemplo: problemas de visão; aumento do tamanho do olho, dor nos olhos; vermelhidão da parte branca do olho e sangramento na parte anterior do olho.
TRATAMENTO
Como centro de referência no tratamento do câncer infantojuvenil, contamos com equipe multidisciplinar especializada e todas as modalidades terapêuticas necessárias: quimioterapia intravenosa, quimioterapia intra-arterial, intravítrea, braquiterapia, laser e crioterapia.
Um dos grandes avanços no combate ao retinoblastoma é a quimioterapia intra-arterial. Um microcateter é introduzido, normalmente em um acesso na virilha, e por meio de micronavegação é posicionado na artéria oftálmica do olho onde será injetada a medicação quimioterápica que tem concentração 80 vezes maior que a quimioterapia sistêmica. Geralmente são suficientes de 3 a 5 sessões para a remissão do câncer.
O tratamento varia de acordo com cada caso e pode contemplar também: quimioterapia sistêmica que combina medicamentos administrados por via oral ou intravenosa; radioterapia; braquioterapia com dispositivos contendo material radioativo; terapia a laser; crioterapia e, como último recurso, a enucleação para a extração cirúrgica do globo ocular.
RETINOBLASTOMA
Apesar de raro, é o tipo mais comum de câncer no olho em crianças, independentemente de sexo ou etnia. É formado na retina e 95% dos casos ocorre em crianças de até 5 anos. A maioria dos casos o retinoblastoma é unilateral, ou seja, se manifesta em apenas um dos olhos. 30 a 40 % restantes afetam os dois olhos (bilaterais). Também pode ser hereditário, o que ocorre em aproximadamente 40% dos casos.
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