O Serviço Social do GRAACC atua com sensibilidade e competência ao lado de pacientes e familiares durante toda a jornada do tratamento oncológico. Muito além do suporte técnico, é a área que garante acolhimento, orientação e a construção de vínculos fundamentais para um cuidado verdadeiramente integral e humanizado. A seguir, a coordenadora do Serviço Social do GRAACC, Camila Queichada, explica sobre o trabalho da equipe e os desafios enfrentados pelas famílias.
O Serviço Social desempenha um papel essencial ao longo de todo o tratamento oncológico, atuando como elo entre o paciente, a família e a rede de apoio — seja ela familiar ou comunitária. É um cuidado que garante atenção integral e humanizada, considerando não apenas a doença, mas todo o contexto no qual a família está inserida.
A partir de sua expertise, o assistente social orienta sobre direitos, acesso a recursos e serviços, além de oferecer subsídios importantes para a compreensão do processo de adoecimento. Com isso, contribui para o fortalecimento da autonomia e do empoderamento das famílias e dos profissionais envolvidos no cuidado.
No primeiro dia de atendimento no GRAACC, após a avaliação médica, os pacientes são acolhidos pelo Serviço Social em um momento chamado de “atendimento de hora inicial”. Nessa etapa, identificamos demandas que exigem intervenções e orientações imediatas. É também quando iniciamos a construção de vínculo com o paciente e sua família — vínculo que se fortalece ao longo do tratamento.
Para os pacientes vindos de outros Estados, o acolhimento começa antes mesmo da chegada a São Paulo. Em contato com a Secretaria de Saúde do local de origem, identificamos demandas emergenciais — como necessidade de casa de apoio ou regularização de documentos — para viabilizar o acesso ao hospital. Após a chegada, é realizado o atendimento presencial com a equipe.
Na sequência, orientamos o agendamento de uma entrevista social. Esse momento é fundamental, pois nos permite conhecer o contexto do paciente, sua história, rotina, preocupações e fatores que possam impactar a adesão ao tratamento.
O tratamento é longo e exige presença constante no hospital, internações e cuidados domiciliares. Isso impacta drasticamente a rotina familiar. Um dos maiores desafios é conciliar essa nova realidade com a manutenção do trabalho dos responsáveis legais.
Infelizmente, muitas famílias acabam perdendo ou reduzindo sua fonte de renda, pois precisam deixar o trabalho para acompanhar o filho. A legislação não prevê afastamento específico para acompanhantes, e a CLT não protege esses pais de demissões.
Há ainda os pacientes que vêm de outros estados e ficam longe de casa, de outros filhos e da rede de apoio comunitária. As dificuldades se estendem ao transporte: o tratamento debilita, compromete a locomoção e o transporte público nem sempre é adequado.
Por meio da democratização da informação, orientamos sobre os direitos e critérios de acesso, encaminhando para serviços externos que apoiam a viabilização desses direitos. A informação correta, no momento certo e de forma clara, fortalece as famílias e promove seu protagonismo.
No dia a dia, utilizamos as seguintes ferramentas:
>>Acolhimento e escuta: Espaço seguro para que pacientes e familiares expressem suas preocupações e necessidades.
>>Orientação e informação: Fornecimento de informações claras sobre direitos, benefícios sociais e legislação
>>Encaminhamento e mediação: Encaminhamento a serviços hospitalares, sociais ou judiciais.
>>Apoio e defesa de direitos: Atuação em defesa do acesso à saúde, privacidade e dignidade.
>>Promoção da autonomia e empoderamento: Incentivo à participação ativa no tratamento e na tomada de decisões.
>>Fortalecimento de vínculos: Apoio aos laços familiares, principalmente em internações prolongadas.
>>Avaliação e planejamento: Diagnóstico das necessidades sociais e elaboração de planos de ação.
>>Acompanhamento e monitoramento: Acompanhamento contínuo em leito, domicílio ou hospital.
>>Fortalecimento da rede de apoio: Atuação junto a órgãos públicos, ONGs e grupos de apoio.
A doença, embora marcante, não define o paciente. As crianças continuam sendo crianças — estudantes, filhos, irmãos, netos — com sonhos, medos, dúvidas e potenciais. Cada uma está em uma fase do desenvolvimento, e reduzi-las à condição de saúde é limitar sua existência.
Por isso, ofertamos um cuidado que respeita essa integralidade, reconhecendo o paciente como um ser completo.
A integração de diferentes saberes e especialidades possibilita um cuidado mais completo, seguro e eficiente. O trabalho em equipe permite a criação de um plano individualizado, que considera as particularidades e necessidades de cada paciente, ampliando as chances de um tratamento bem-sucedido.
Para diminuir impactos sociais que possam prejudicar o tratamento, o Serviço Social do GRAACC conta com uma rede de apoio formada por organizações não governamentais. Entre os parceiros, destacam-se:
>>Casas de apoio: oferecem hospedagem, alimentação e transporte durante o tratamento.
>>Instituto Heleninha: apoio com transporte especializado.
>>Outras instituições que contribuem para garantir assistência ao paciente oncológico.
Nossa equipe é especializada no atendimento a crianças com doenças graves. Nosso paciente principal é um ser único, em constante desenvolvimento. Ainda que não tenha poder de decisão, precisa ser respeitado em suas necessidades individuais.
O Serviço Social do GRAACC se destaca por sua capacidade de compreender e intervir em contextos de vulnerabilidade que vão além da ausência de recursos financeiros. Nosso olhar é amplo, sensível e comprometido com a dignidade de cada criança e família que passa por aqui.
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