A importância da prevenção da dengue em pacientes com câncer

Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado um aumento expressivo nos casos de dengue. Além do impacto generalizado na população, a doença constitui, particularmente, importante ameaça para crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, como pacientes em tratamento em nosso hospital.

A fragilidade do sistema imunológico em decorrência do tratamento quimioterápico torna esse público suscetível às manifestações graves da doença. Nossa infectologista pediátrica, Dra Fabianne Carlesse, alerta que a prevenção é mandatória para eles, uma vez que não devem receber a vacina contra a dengue.

“Por conter vírus vivos atenuados, a administração dessa vacina em indivíduos imunossuprimidos, como nossos pacientes, pode causar um efeito diferente do esperado e levar à manifestação da doença” explica Dra Fabianne. “Diante disso, reforçamos a relevância de outras ações preventivas, voltadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, como eliminar focos de água parada e colocar areia nos pratos que ficam embaixo dos vasos de plantas. Orientamos também o uso de repelentes em áreas do corpo expostas e instalação de telas nas janelas e portas”, completa.

 

Vacinas em crianças e adolescentes em tratamento oncológico
Todas as vacinas com microrganismos vivos não devem ser aplicadas em crianças e adolescentes em tratamento imunossupressor. Isso inclui as imunizações contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, varicela e poliomielite, além da dengue. Nesses casos, recomenda-se a vacinação até 14 dias antes do início ou depois de um período mínimo de três meses após o término da quimioterapia.

Por outro lado, durante o tratamento quimioterápico, esses pacientes podem receber vacinas com componentes não vivos, como as que protegem contra tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, hepatite B, gripe, pneumonia e meningite. “No entanto, a menor resposta imunológica de pacientes em quimioterapia resulta em uma vacinação menos eficaz em comparação com crianças saudáveis”, explica Dra Fabianne.

As vacinas atualmente disponíveis contra a Covid-19 empregam diferentes tecnologias. Podem conter em sua composição o vírus inativo (morto), vetor de replicação viral (adenovírus geneticamente modificado para não se replicar em humanos) ou RNA mensageiro sintético. Somente a vacina de RNA mensageiro é recomendada para crianças e adolescentes em tratamento quimioterápico.

Diante do contexto apresentado, tanto o esquema vacinal quanto as doses correspondentes podem se desviar das recomendações convencionais. Assim, antes de imunizar uma criança com câncer, pais e responsáveis devem consultar o oncologista do paciente. A orientação sobre vacinação é individualizada e deve ser fruto de uma colaboração entre o médico do paciente e os profissionais do Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais.

“Diversos aspectos precisam ser considerados, os quais não estão relacionados apenas à criança. Pessoas que convivem com um paciente imunodeprimido, seja em ambiente domiciliar ou hospitalar, são potenciais fontes de transmissão de doenças. Portanto, sua vacinação é recomendada, desde que cumpram os critérios preconizados pelo Ministério da Saúde. Nos casos de transplante de medula óssea, por exemplo, doadores devem estar com o calendário vacinal em dia”, ressalta Dra Fabianne.


Compartilhe:

Comemore conosco mais uma conquista

O GRAACC é o primeiro hospital na América Latina a integrar o Pediatric Neuro Oncology...

Nós, do GRAACC, estamos no Aliança Global St. Jude

Desde 2019 o Hospital do GRAACC faz parte da Aliança Global St. Jude, uma iniciativa...

Novidades na área de Transplante de Medula Óssea

Dra. Adriana Seber, uma das maiores referências no Brasil em hematologia e oncopediatria, é a...

McDia Feliz: Tíquetes disponíveis ainda!

Participe conosco do McDia Feliz! Adquira tíquetes físicos antecipados da nossa campanha e troque por...