Diagnosticar e tratar câncer na adolescência é um dos grandes desafios da oncologia pediátrica. Reconhecer precocemente os principais sinais que podem apontar a doença, como nódulos, manchas e inchaços é fundamental para ampliar as chances de cura.

Porém, o público adolescente, por ter um comportamento mais independente, costuma ter diagnóstico mais tardio do que as crianças, demorando para alertar os pais sobre os eventuais sintomas.

“A principio o câncer na adolescência tem muitas especificidades e seu tratamento pode causar impacto nesta fase de grande desenvolvimento físico, emocional e social. Por isso, é importante que pais ou responsáveis fiquem atentos aos possíveis sinais e procurem orientação médica especializada. Todavia quando diagnosticado precocemente, nós alcançamos altas taxas de cura nesta faixa etária. Conseguimos proporcionar mais qualidade de vida e acolhimento adequado.”, explica a Dra. Eliana Caran, nossa oncologista pediátrica do GRAACC, especialista em adolescentes.

Do mesmo modo foi o que fizeram os pais de Victória, diagnosticada com um tumor ósseo no braço quando tinha 12 anos. “Depois de ter trombado com a prima durante uma brincadeira, os médicos do pronto-socorro falaram que era uma luxação. Mas a dor continuou e o braço dela ficou aquecido devido à inflamação. Persistimos e levamos a Victória ao ortopedista, que diagnosticou o tumor e nos encaminhou para o GRAACC”, conta Joseane, mãe da paciente.

“Os cânceres mais comuns na adolescência são os ósseos e os linfomas, leucemias, tumores cerebrais e nos ovários ou testículos. Os pais devem ficar atentos e levar o adolescente a um pediatra ou hebiatra em caso de inchaço de gânglios linfáticos, conhecido popularmente como íngua, anemia, cansaço, manchas roxas pelo tronco, dores nos ossos, cabeça ou abdômen ou febre persistente”, orienta Dra. Eliana.

De acordo com o Panorama da Oncologia Pediátrica, 43% dos adolescentes entre 15 e 19 anos foram tratados em hospitais que não são especializados em oncologia pediátrica. “É fundamental facilitar o acesso desses pacientes aos centros especializados, para oferecer estrutura apropriada para diagnóstico e tratamento e ampliar as perspectivas de melhores desfechos clínicos”, comenta Dra. Eliana.

Tratamento no Hospital do GRAACC

“Enfrentar o câncer nessa idade é algo complicado. Por conta do tratamento, não podia fazer coisas que antes eu gostava, como ir à praia ou comer meus pratos prediletos, pelo risco de infecção”, conta nossa paciente Victória. A adolescência é um período caracterizado por uma série de mudanças físicas, sociais e emocionais. É também uma fase da vida em que a pessoa passa a ter mais autonomia e independência, quando um diagnóstico de câncer pode impactar profundamente o paciente.

“Por isso, é tão importante estar em centros especializados em oncologia pediátrica que, além da experiência em lidar com tumores da adolescência, que é diferente do tratamento do câncer de adultos, compreende os impactos da descoberta da doença e as peculiaridades das abordagens terapêuticas na vida dos adolescentes”, explica Dra. Eliana Caran.

Antes de tudo o nosso hospital também consegue fazer o diagnóstico mais preciso e iniciar o tratamento com mais rapidez. Por exemplo, foi o que aconteceu com nossa paciente Gabrielle, que aos 12 anos foi diagnosticada com um tumor nos ossos. “Entre a primeira consulta e o início do tratamento no GRAACC não demorou nem três dias ”, lembra Daniela, mãe da menina.

Ter uma equipe multiprofissional especializada por tipo de tumor é outro diferencial. “Quando chegamos à sala do serviço de ortopedia, já tinha uma equipe inteira reunida nos esperando: médica oncologista pediátrica, ortopedista, cirurgião ortopédico, fisioterapeuta. Eles explicaram tudo. Saí de lá com a certeza de que iria dar tudo certo”, conta Daniela. E deu.

Por fim, Gabrielle passou por quimioterapia, uma cirurgia que substituiu o osso doente por uma prótese interna, sessões de fisioterapia e outra cirurgia para retirar alguns nódulos no pulmão. Atualmente, com 15 anos, ela faz acompanhamento com a nossa equipe a cada três meses e leva uma vida agitada, cheia de energia, como a maioria dos adolescentes. “Voltei a fazer as atividades que amo, como andar de bicicleta”, conta a adolescente.


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