“A Bia nasceu de novo quando foi encaminhada para o GRAACC.” A frase de Paula, mãe da Beatriz, resume a intensidade de uma história que começou em 2012, quando a filha, então com sete anos, ainda buscava entender por que sentia tantas dores abdominais. O que parecia gastrite persistente tornou-se, depois de um ultrassom que durou longos 40 minutos, um diagnóstico assustador: câncer em estágio avançado.

“Ele falou que ela estava no estágio 3, indo para o estágio 4.” Foi assim que Paula recebeu a notícia, ainda no hospital da região, antes de ser encaminhada ao GRAACC. A partir dali, a família entrou em um percurso que misturou medo, incerteza e, aos poucos, confiança.

O início de uma nova rotina

Ao chegar ao GRAACC, Paula trouxe mala para 15 dias, sem saber o que encontrar. Logo entendeu que o hospital seria, de fato, parte da vida delas. Beatriz passou por novos exames, iniciou quimioterapia em poucos dias e, no início de 2013, enfrentou uma cirurgia longa e delicada. “Foram oito horas… ela teve problema de pressão baixa”, lembra a mãe.

Mesmo assim, a força da Bia, e o cuidado da equipe, foram guiando a família adiante. Depois da cirurgia, vieram radioterapia e mais ciclos de quimioterapia. Ao todo, foram cerca de dois anos de tratamento.

O acolhimento que vira memória

O que ficou marcado para Beatriz não foram as dificuldades, mas o que ajudou a atravessá-las. “O GRAACC é o que minha mãe falou. Eu gostava de ficar na brinquedoteca”, conta. As aulas de sapateado, as apresentações de final de ano, os artesanatos especiais, tudo fazia com que a infância não fosse interrompida pelo diagnóstico.

Paula confirma o impacto do cuidado não só técnico, mas humano: “A gente não se sentia no hospital. Eles te acolhiam realmente como se fosse casa. Desde os voluntários até os médicos.”

Durante o tratamento, o GRAACC também virou ponto de encontro, apoio e convivência. Beatriz fez amizades, participou de campanhas, foi garota-propaganda da Corrida e Caminhada Comexport GRAACC e aparece em fotos antigas na brinquedoteca, registros que mostram uma menina que seguia vivendo apesar de tudo.

A vida que continua e se abre em possibilidades

Beatriz recebeu alta definitiva ao completar 18 anos. E a vida foi avançando na mesma intensidade com que ela crescia. Hoje, aos 21, está no último ano da faculdade de Nutrição.

Em novembro, ela viveu um dos seus momentos mais marcantes: se casou. Um símbolo poderoso de que o futuro, de fato, continuou existindo e floresceu em possibilidades que antes pareciam distantes.

A história da Bia é um exemplo do que vemos todos os dias no GRAACC: vidas que retomam seus caminhos, crianças que crescem, estudam, se formam, sonham e constroem um amanhã que não foi interrompido pela doença. Entre tantas trajetórias que passam pelo nosso hospital, a dela é uma prova concreta de que há futuro, há vida e há esperança.

O que fica depois da cura

Quando perguntadas sobre o que aprenderam, mãe e filha não hesitam. “Valorizar a família”, diz Bia. “E ser grato pelas mínimas coisas”, completa Paula.

A mãe também recorda o apoio da família ampliada, essencial para que conseguissem seguir durante os anos de tratamento. “Se a gente não tem o apoio de pessoas próximas, fica muito difícil de aguentar.”

Ao olhar para trás, Paula guarda uma certeza sobre o período em que o hospital foi praticamente sua casa: “O GRAACC é a nossa segunda família.”

 


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