Existem crianças que precisam lidar cedo demais com o que nem adultos estão preparados para enfrentar. Ainda assim, em meio ao desafio, seguem acreditando no amanhã. Nossa paciente Darliane, de 8 anos, é uma delas. Desde que recebeu o diagnóstico de um câncer, ela enfrenta a doença com coragem e leva adiante um sonho: ser dona de um restaurante.

O desejo de ser chef de cozinha apareceu aos 8 anos, quando Dadá, como é carinhosamente chamada, começou ajudar a mãe, Nayara, no preparo das refeições. E ela tem até o cardápio definido para o seu estabelecimento: vai servir suas comidas preferidas que são strogonoff, camarão, caranguejo e açaí.

O plano infantil ganhou ainda mais força no meio de um caminho difícil. Em 2024, ela perdeu o pai em um acidente de trabalho. Logo em seguida, em setembro de 2024, surgiram os primeiros sinais da doença: o rosto inchado, um caroço estranho na sobrancelha, uma respiração mais pesada. Depois, tontura na escola, a pele endurecendo e a febre que não passava. “Quando veio o diagnóstico de Dadá, foi como se tudo tivesse parado”, relembra a mãe. “Eu ainda estava tentando me recuperar do luto do meu marido.”

A menina iniciou o tratamento e, aos poucos, foi compreendendo as mudanças em seu corpo. Perdeu o cabelo, precisou adaptar a rotina e passou a ter cuidados mais restritos. Mas nunca perdeu o jeito falante, a vontade de brincar e o sonho de ser chef.

Enquanto cuida da filha, Nayara também se reinventou. Passou a trabalhar em casa, fazendo salgados por encomenda para garantir a renda da família. Na rotina da cozinha, encontrou não só uma forma de sustento, mas também um espaço de conexão com a filha — que observa, ajuda e aprende. “Ela modela coxinha comigo, quer fazer parte de tudo”, conta a mãe. O sonho de ter um restaurante, para Dadá, começa ali, com o apoio e o exemplo de Nayara.

Hoje, mãe e filha seguem enfrentando a patologia com força e esperança. A rotina de hospital ainda é constante, mas já faz parte do dia a dia. Entre medicações e cuidados, o sonho do restaurante continua vivo, e é ele que dá sabor, direção e sentido aos dias.


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